deborabiti@hotmail.com
KOVALCZUK, Simone
Luiza[2]
simonyluizy@yahoo.com.br
LAZIER, Tatyanne
Roiek [3]
tatyannelazier@hotmail.com
Orientadora: ANSAI, Rosana Beatriz[4]
ansairosana@yahoo.com.br
UNESPAR/FAFIUV, CAPES/PIBID, SUBPROJETO MÃO AMIGA
1
INTRODUÇÃO
O subprojeto Mão Amiga é oferecido pelo
curso de Pedagogia da UNESPAR/FAFIUV e subvencionado pela Coordenação de
Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES), a partir do Programa
Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência (PIBID) e tem por objetivo oferecer
às bolsistas a oportunidade de formação docente inicial e continuada para acadêmicos do curso
de Pedagogia.
Ao todo o projeto conta com vinte e duas
bolsistas acadêmicas, sendo estas subdividas em quatro grupos menores para
atuarem na escola e no grupo de gestão. Assim, três grupos atuam nas escolas
parceiras, sendo devidamente tuteladas e orientadas pelas três professoras
supervisoras. O quarto grupo tem função de auxiliar na gestão do projeto e tem como finalidade cuidar
do gerenciamento das atividades requeridas para que o projeto atenda as
solicitações burocráticas, bem como viabilizar um planejamento que possibilite
que as ações das bolsistas sejam amparadas por uma ideia de linearidade e
coleta de dados sobre o andamento do Projeto. Para integrar esse último grupo, segundo
critério da coordenadora da área, faz-se indispensável passar por um período de
experiência em sala de aula, com grupo de alunos atendidos pelo projeto.
Para a composição dos quatro grupos, objetivou-se
conhecer, mesmo que a princípio superficialmente, as características,
potencialidades e possibilidades de cada
bolsista acadêmica. Assim, a divisão clamou por inserir em uma mesma equipe de
trabalho pessoas que apresentam diferenciais. Por exemplo, seria errôneo
colocar em apenas uma escola mais de uma bolsista que saiba tocar algum
instrumento musical; o que vem sendo feito é aproveitar essa habilidade,
inserindo-a, na medida do possível, nas escolas parceiras do projeto do
município de União da Vitória, Paraná.
O
estudo do perfil das acadêmicas bolsistas do projeto Mão Amiga torna-se
fundamental para o trabalho de gestão, pois sabendo das peculiaridades do
grupo, pode-se buscar alternativas que proporcionem um melhor aproveitamento
dos conhecimentos, potencialidades e habilidades que vem sendo desenvolvidas pelas bolsistas. Conhecer a
equipe é crucial para que se tenha um panorama tanto das potencialidades quando
das limitações com as quais o projeto defrontar-se-á ao longo da sua execução.
Por tratar-se de um projeto de iniciação
docente, espera-se que as licenciandas tenham pouca experiência profissional na
área da educação, bem como na lida com crianças que têm dificuldades de
aprendizagem. Por outro lado, as bolsistas podem ter experiências docentes que
auxiliem na sua intervenção com o público alvo do projeto. O presente estudo
tem por objetivo relatar as características evidenciadas pelas pibidianas do
subprojeto Mão Amiga.
2
DESENVOLVIMENTO
Como já mencionamos, o subprojeto Mão
Amiga tem como objetivo maior ofertar uma iniciação à docência por meio do
atendimento a alunos com dificuldade de aprendizagem. É com base nessa proposta
que as bolsistas, aprovadas em testes seletivos, empreendem um trabalho pedagógico
que exige uma dedicação especial à ludicidade como ferramenta amenizadora da
dificuldade que as crianças, das três escolas parceiras, enfrentam ao aprender.
Neste estudo, entretanto, o foco
volta-se à formação acadêmica e profissional das bolsistas, bem como às
habilidades que elas têm. Levamos em consideração, por exemplo, a capacidade de
tocar algum instrumento musical, facilidade em comunicar-se, desenvoltura com
produções pedagógicas com E.V.A, domínio de informática (criação e manutenção
de blogs, formatação, digitação, etc), entre outras. Tais competências
desenvolvidas antes e no projeto agregam mais valor ao trabalho empreendido nas
escolas parceiras.
Nesse contexto, concordamos com Freire
(1996) no que se refere à ideia da docência estar intimamente ligada à
discência. O projeto visa a capacitar futuros professores que, no momento, são
licenciandos, ou seja, estão em sala de aula como alunos do Ensino Superior, ao
passo que também já deram início à experiência da docência. Logo, há a
recorrência ao princípio que move ou deveria mover todo educador “Quem ensina
aprende ao ensinar e quem aprende ensina ao aprender” (FREIRE, 1996, p. 23).
É notável que para que se obtenha um
aproveitamento maior das habilidades apresentadas pelas acadêmicas bolsistas, é
imprescindível conhecer cada uma. Por conta disso, o modo mais viável é a
aplicação de um questionário que trouxesse à tona informações que às vezes não
tem oportunidade de aparecer naturalmente. De um modo geral, percebe-se que
muitas bolsistas chegam ao projeto sem nenhuma experiência docente; outras, no
entanto, provêm do curso técnico do magistério ou de algum curso superior já
concluído. Assim, ao estabelecer um grupo misto, a troca de experiências faz com
que todas aprendam algo novo.
Para que se tenham experiências mais
significativas, àquelas vividas no âmbito escolar são as que embasam e dão
subsídio ao desenvolvimento das habilidades das bolsistas. É no chão da escola
que as habilidades vão sendo compartilhadas, seja via diálogo com as bolsistas
da equipe de coordenação ou por meio da
convivência com os alunos atendidos. Nesse tocante, Nóvoa (2003, p.05) assevera
que “[...] a bagagem essencial de um professor adquire-se na escola, através da
experiência e da reflexão sobre a experiência. Esta reflexão não surge do nada,
por uma espécie de geração espontânea”.
Em termos do Programa de Iniciação à
Docência (PIBID), Stenzler e Fink (2012, p.11) declaram que:
Entendemos a formação inicial
como um momento decisivo para o futuro professor em sua profissão e este
projeto potencialmente rico para a formação docente no sentido de possibilitar
a inserção do acadêmico em situações de ensino/aprendizagem que comumente
seriam vividas intensamente após a formatura, sem acompanhamento da Instituição
Formadora. (STENZLER
E FINK, 2012, p.11)
Consoante a isso, visualizamos no PIBID
uma possibilidade de se unir em um mesmo plano o Ensino Superior e a Educação
Básica, promovendo um diálogo entre esses dois âmbitos. É interessante frisar
que as bolsistas que estão cursando a segunda licenciatura e/ou curso, têm
experiências para ofertar às que ingressaram há pouco no Ensino Superior. A
questão é que a iniciação à docência faz com que, independentemente da idade e
da trajetória de vida, todos agreguem valor à formação que está em andamento. É
um momento único inclusive para rever possíveis equívocos instaurados em
graduações anteriores e, ao mesmo tempo, pensar em educação sob um prisma
diferenciado.
Nesse sentido,
concordamos com Nóvoa (1995, p.33) quando este comenta que:
[...] não é
possível separar as dimensões pessoais e profissionais; a forma como cada um
vive a profissão de professor é tão mais importante do que as técnicas que
aplica ou os conhecimentos que transmite; os professores constroem a sua
identidade por referência a saberes (práticos e teóricos), mas também por adesão
a um conjunto de valores.
No que compete ao âmbito pessoal,
notamos que há uma diversidade enorme nas vivências que as bolsistas têm.
Algumas são adolescentes que acabaram de ingressar na faculdade, outras são mães
que retornaram aos estudos depois de um período dedicado exclusivamente à
maternidade e há, inclusive, uma pibidiana que já é avó. É notável que essas
características interferem no modo como as bolsistas interagem com o meio
circundante. Em muitos casos, a bolsa do PIBID é a que possibilita que elas
permaneçam no Ensino Superior e consigam conciliar, com maestria, a vida
acadêmica, profissional e a pessoal.
Em suma, é visível que a multiplicidade
de conhecimentos/habilidades/vivências acrescenta muito à dimensão profissional
e pessoal de todas as bolsistas, pois traz à tona a construção de identidades
docentes que não se limitam apenas ao campo pedagógico, ao passo que há a
disseminação de experiências de outras graduações e de saberes práticos e
teóricos.
3
METODOLOGIA
Este trabalho caracteriza-se como uma
pesquisa social e, segundo Gil (1991), permite novos conhecimentos acerca da
realidade social, que envolvem os aspectos relativos aos homens e instituições
sociais. Desse modo, o princípio norteador foi o de apoiar-se nas características
desta metodologia. De acordo com o autor supracitado, a pesquisa estruturou-se
em quatro fases: a) planejamentos; b) coleta de dados; c) análise e
interpretação; e d) redação do relatório. Tais fases estão implícitas na
revisão da literatura, aplicação do questionário, análise de dados, apresentação
dos resultados e conclusão.
No que compete ao quesito de
levantamento dos dados da população escolhida à pesquisa, aplicou-se um
questionário e as questões estabelecidas nele caracterizam esta como uma
pesquisa descritiva, que objetiva descrever as características de uma dada
população (GIL, 1989), investigando assim as características do grupo em
questão, como sexo, idade e nível de escolaridade.
O questionário foi elaborado pelos
autores e aprovado pela coordenação do subprojeto Mão Amiga. O intuito principal
foi o de investigar alguns dados dos participantes, abordando três áreas
distintas: pessoal, acadêmica e profissional. Ao todo, a pesquisa contou com 20 (vinte) questões,
sendo 4 (quatro) abertas e 16 (dezesseis) questões fechadas; desta forma, as
respostas obtidas foram divididas em perguntas descritivas e de alternativas. Para
que os dados da pesquisa fossem divulgados, os participantes assinaram um Termo
de Consentimento Livre e Esclarecido.
A população do trabalho foi,
aproximadamente, 180 (cento e oitenta) acadêmicos bolsistas do projeto PIBID com
atuação no campus FAFIUV, de iniciação à docência, a amostragem foi feita por
acessibilidade, composta por 22 (vinte e duas) acadêmicas do subprojeto Mão
Amiga, que é realizado com parceria entre a Faculdade de Filosofia, Ciências e
Letras de União da Vitória e três escolas municipais, sendo 18 (dezoito)
respondentes.
4
CONSIDERAÇÕES FINAIS
O presente estudo encontra-se em fase de
análise das teorias que circundam a temática da formação de professores, com
ênfase à iniciação à docência ofertada aos graduandos das licenciaturas. É
nítido que o Programa de Iniciação à Docência (PIBID) oferta-nos um amplo campo
para que contemplemos via olhar científico, docente e acadêmico a transformação
do meio educacional oriunda dessa iniciativa. Os estudos reflexivos
provenientes da prática pibidiana no Projeto
Mão Amiga possibilitam que analisemos, elencando uma das várias temáticas, tais
como os alunos da Educação Básica, as escolas parceiras, os supervisores
bolsistas, os acadêmicos envolvidos, os coordenadores e a sociedade em um todo.
Para tanto, basta canalizar o foco e então evidenciar os resultados visíveis
que são decorrentes do PIBID. Observou-se que as integrantes do Mão Amiga
apresentam diferentes características que auxiliam e potencializam o desempenho
delas no subprojeto.
REFERÊNCIAS
BIBLIOGRÁFICAS
FREIRE,
Paulo. Pedagogia da Autonomia:
saberes necessários à prática educativa. 39. ed. São Paulo: Paz e Terra, 1996.
GIL,
Antônio Carlos. Métodos e Técnicas de
Pesquisa Social. 3 ed. São Paulo: Altas, 1991.
NÓVOA,
António. Novas disposições dos
professores: A escola como lugar da formação; Adaptação de uma conferência
proferida no II Congresso de Educação do Marista de Salvador (Baía, Brasil), em
Julho de 2003. Disponível em:
. Acesso
em: 25 jan.2013
______. Os
professores e sua Formação. Lisboa: Dom Quixote, 1995.
STENZLER,
Márcia; FINK, Michelle. O PIBID na Construção
de Novas Prioridades para o Cotidiano da Formação Docente na UNESPAR/FAFIUV.
União da Vitória: Gohl Graf, 2012.
[1] Formada em Pedagogia e
Administração. Bolsista do Programa de Iniciação à Docência de 2010 a 2012. Pós-graduada em Gestão Estratégica em Recursos
Humanos e pós-graduanda em Alfabetização e Letramento.
[2] Graduanda do 2º ano de
Pedagogia. Bolsista PIBID desde 2012. Pós-Graduanda em Estudos Literários. Formada
em Letras Português/Inglês e no Magistério.
[3] Graduanda do 2º ano de
Pedagogia. Bolsista PIBID desde 2012. Formada em Educação Física.
Trabalho publicado no II Encontro
PIBID/UNESPAR.
Educação Básica
e Ensino Superior: Interrelações para a produção do conhecimento.
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