Xavier. Lúcia Aparecida[1]
luciaxavier75@hotmail.com
Orientador (a): Ms. Ansai. Rosana Beatriz[2]
UNESPAR/FAFIUV CAPES/PIBID, SUBPROJETO MÃO AMIGA
INTRODUÇÃO
O
planejamento docente está presente em quase todas as nossas ações pedagógicas
cotidianas, pois ele orienta a realização das mesmas. Portanto, planejar é
indispensável nos diferentes âmbitos da atuação humana, tanto na vida social
como também nas atividades docentes. Dessa forma, serão relatadas vivências
no Subprojeto Mão Amiga[3]. Mais especificamente
este texto tem como objetivo apresentar como são realizados os planos de aula
no contexto do projeto Mão Amiga na escola. A presente pesquisa evidencia
também a importância do planejamento no cotidiano escolar, pois um fazer
docente que não tem como base esse pressuposto pode gerar consequências
desagradáveis tais como, por exemplo, aulas de improviso, monótonas e
cansativas.
Quanto à natureza, este estudo constitui-se em um resumo de assunto, isto
porque, de acordo com Andrade (2005, p.123), “o resumo de assunto é um tipo de
pesquisa que dispensa a originalidade, mas não o rigor científico”. Andrade
(2005) ainda esclarece que este tipo de pesquisa trata-se de uma pesquisa
fundamentada em publicações por autores especialistas no assunto e não é apenas
cópia de ideias, mas também um enfoque do tema de um ponto de vista diferente,
possibilitando um enriquecimento da bagagem cultural sobre o tema em questão.
O objetivo
deste estudo é relatar vivências das acadêmicas bolsista do Subprojeto
Mão Amiga. Pretende-se especificadamente descrever como são realizados os
planos de aula no contexto do projeto Mão Amiga.
Quanto
ao delineamento da área de abrangência, este tema situa-se no âmbito das
Ciências Humanas, mais especificamente na área da Educação voltada para a temática
de Dificuldade de Aprendizagem.
DESENVOLVIMENTO
O
planejamento de aula na escola é de extrema importância para que se alcance com
sucesso a administração do processo ensino- aprendizagem. A ausência deste
documento pedagógico pode trazer como conseqüências, entre outros, aulas
cansativas, estressantes, desestimulando os alunos tirando seu interesse pelos conteúdos.
Preocupadas
com a importância das aprendizagens na formação inicial docente e continuada, as
professoras supervisoras bolsistas do projeto Mão Amiga organizaram uma oficina
que teve como tema ”A Importância do Planejamento” oferecida em um dos
encontros semanais da Hora do Trabalho Coletivo do projeto. Nesta oportunidade
foi nos apresentado uma proposta de elaboração deste importante recurso
pedagógico voltado para o plano de aula que se segue:
1-Dados de identificação
2-Tema
3-Conteúdos
4- Objetivos: devem começar sempre com verbos no
infinitivo como, por exemplo: Reconhecer, entender, identificar, analisar,
caracterizar... Etc.
Geral (um só texto)
Específicos (são vários)
5- Metodologia: Associar as atividades com os
objetivos.
6- Avaliação: ocorre em todas as etapas do
desenvolvimento da aula, é continua e formativa. Ex. Os alunos serão avaliados
através do jogo tal... Atividade tal..., para identificar se ele aprendeu o
conceito de ex. antecessor e sucessor, consegue formar dezenas, lê os numerais
e escreve associando as quantidades.
7- Referências: livros, revistas, periódicos, sites
e buscar livros na própria escola. Referenciar todos os dados de acordo com as
normas.
8- Anexos: Copiar e colar no caderno todas as
atividades. (ANOTAÇÕES EM SALA DE AULA, 2012).
Durante a realização da oficina sobre o planejamento
das aulas, foi evidenciado o uso do FADA
que é o Formulário de Avaliação de Dificuldade de Aprendizagens (ANSAI et. al,
2012) desenvolvido pelo projeto Mão Amiga. Este importante formulário serve
para as professoras regentes das escolas avaliarem os alunos a serem
encaminhados ao projeto sendo que deste modo passamos a ter conhecimento das
dificuldades dos alunos para organizar o trabalho pedagógico com atividades
lúdicas. “Levar em conta os passos metodológicos básicos que ensina que o
planejamento deve articular-se à prática, e que o mesmo deve ser refeito e
revisto para servir de instrumento de reflexão e avaliação”. (VERGOPOLAN, 2012,
p.8).
Ao pensar
para planejar nota-se que é necessário ter objetivos claros, pois estes são
requisitos indispensáveis para a prática docente em sala de aula, uma vez que o
professor não pode chegar à sala com qualquer assunto achando que é um plano de
aula e ir aplicando aos alunos. Como bolsista pibidiana do projeto Mão Amiga,
entendemos que o professor tem que saber o que irá lecionar e o planejamento é
um instrumento de trabalho tão importante quanto traçar metas na vida.
Portanto, o
planejamento é um instrumento essencial para que o professor possa elaborar sua
metodologia de acordo com o objetivo que quer alcançar, tendo que ser
extremamente adequado para diferentes turmas sendo também flexível, caso
necessário, como cita HAYDIT (2006, p. 84) “O planejamento deve ser flexível,
adaptando-se aos interesses manifestados pela classe em dado momento, pois só
assim poderá satisfazer ás reais necessidades de aprendizagem dos alunos”, e
também de acordo com HAYDIT (2006, p. 94) “Planejar é analisar uma dada
realidade, refletindo sobre as condições existentes, e prever as formas
alternativas de ação para superar as dificuldades ou alcançar os objetivos
desejados”.
Também há outros elementos importantes que
devem ser observados no ato do planejamento tais como, o interesse, as
necessidades dos alunos, a clareza, e a objetividade como esclarece HAYDIT
(2006, p. 83) “Faça uma previsão dos conteúdos a serem desenvolvidos e das
atividades a serem realizadas, levando em conta os objetivos a serem atingidos,
bem como os interesses, as necessidades e o nível de desenvolvimento dos
alunos”. Portanto, entende-se que um bom planejamento de aula também deve ser
acrescentado do uso das novas tecnologias e metodologias como, por exemplo,
aulas práticas, uso do computador, da música, dos jogos e atividades lúdicas
entre tantas outras. Ao variar os recursos pedagógicos o professor contribui
para aulas satisfatórias e de maior compreensão por parte dos seus alunos e de
acordo com GEBRAN (2009, p. 17).
O ritmo
acelerado das inovações tecnológicas exige uma educação capaz de estimular nos
alunos o interesse pela aprendizagem, e que esse interesse diante de novos
conhecimentos e técnicas seja mantido ao longo de sua vida profissional, que
certamente estará cada vez mais sujeita ao impacto de novas tecnologias.
O
planejamento não constitui uma tarefa simples, ao contrário, é uma tarefa que
requer tempo e habilidade na sua preparação. É muito importante que o professor
conheça individualmente cada um de seus alunos, para realizar uma sondagem de
seus conhecimentos e de suas dificuldades para poder saná-las junto ao educando
como cita HADYT (2006, p.102). “Ao elaborar o seu plano de aula o professor
deve levar em conta as características dos alunos e partir dos conhecimentos
que eles já possuem. Por isso, é importante que o professor faça uma sondagem
do que os alunos já sabem sobre os conhecimentos a serem desenvolvidos”.
No
planejamento o professor deve transformá-lo numa alavanca desencadeadora de
mudanças procurando superar as deficiências encontradas recuperando o real
significado do seu papel de um bom planejador de aula no sentido de adaptar-se
a um fazer e de um saber fazer o planejamento adequado ao momento em que a
classe ou o educando exige no seu atual momento como afirma HAYDIT (2006,
p.103) “Além disso, o plano de aula deve estar adaptado ás reais condições dos
alunos: suas possibilidades, necessidades e interesses”.
O diário de
bordo, os portfólios e os relatórios também são ferramentas de trabalho
indispensáveis no planejamento do professor, pois nos mesmos são registradas
anotações
importantes
que podem ajudar o educador a rever e melhorar suas atitudes. Os portfolios
mantém melhor organização, ajudando o educador a ter um maior conhecimento de
cada um de seus alunos, suas dificuldades, podendo assim encontrar maneiras de
sanar as mesmas como cita OSTETTO (2010, p.15).
O diário e o relatório de atividades são
instrumentos que auxiliam, organizam e orientam a ação do professor. São
espaços de sistematização da ação pedagógica onde o professor organiza seu
trabalho através de registros escritos, a partir das reflexões que tece diante
das inquietações presentes no seu cotidiano, das perguntas que se faz, das
respostas que busca, das hipóteses que estabelece e de suas duvidas.
É importante
refletir as estratégias utilizadas no planejamento e como olhamos os alunos do
ensino fundamental no Subprojeto Mão Amiga por se tratar de crianças com
dificuldade de aprendizagem, principalmente se elas se dão por meio de uma
pratica pedagógica humanizadora, lúdica e dinâmica que contemple a criança em
desenvolvimento como cita MARINHO (2007. p. 44).
A prática pedagógica com um caráter lúdico
possibilita também ao professor organizar as atividades pedagógicas com as
crianças de maneira a permitir-lhes vivenciar as situações de
ensino-aprendizagem com seus pares, elaborando seus conhecimentos, conquistas e
dificuldades.
No entanto,
as ações mediadoras nas inter-relações entre a criança e o seu professor,
atendendo assim, suas necessidades no contexto em que esta inserida.
Ao planejar
os conteúdos deve-se levar em conta a
construção do conhecimento das aprendizagens realizadas em situações de interação
professor/aluno e vice versa e de acordo com HAYDIT (2006, p. 57) “No processo
de construção do conhecimento, o valor pedagógico da interação humana é ainda
mais evidente, pois é por intermédio da relação professor-aluno e da relação
aluno-aluno que o conhecimento vai sendo construído”.
Sendo a
pratica docente, um trabalho que contribui para o desenvolvimento da
aprendizagem da criança no ensino fundamental é importante que no exercício do
planejamento em sala de aula, o mesmo contemple os objetivos e as necessidades
das crianças.
CONSIDRERAÇÕES FINAIS
Pode-se
concluir que o planejamento está presente em quase todas
as nossas ações cotidianas, pois ele orienta a realização das mesmas. No entanto, a importância de um ótimo
planejamento com atividades lúdicas nos anos iniciais do Ensino Fundamental
pode oferecer condições favoráveis para as atividades que ocorrem nas
brincadeiras e nas situações pedagógicas organizadas pelos educadores. Sendo
assim, o planejamento é indispensável nos diferentes âmbitos da vida social,
mas principalmente nas atividades docentes.
REFERÊNCIAS
ANDRADE, Maria Margarida de. Introdução
à metodologia do trabalho científico. 7. ed. São Paulo: Atlas, 2005.
ANOTAÇÕES EM SALA DE AULA. Oficina Pedagógica: A Importância do
Planejamento no projeto Mão Amiga. UNESPAR/FAFIUV: União da Vitória, 2012.
ANSAI, Rosana Beatriz et al. Caderno Pedagógico: Uma Mão Amiga nas
Dificuldades de Aprendizagem. União da Vitória-PR: Gohl Graf: 2012.
GEBRAN, Maurício Pessoa. Tecnologias
Educacionais. Curitiba: IESDE Brasil S.A., 2009.
HAYDT, Regina
Célia Casaux. Curso de Didática Geral. 8 ed. São Paulo: Ática. 2006.
MARINHO,
Hermínia Regina Bugeste. Pedagogia do movimento: universo lúdico e
psicomotricidade- 2. ed- Curitiba. Ibpex, 2007.
OSTETTO. Luciana
Esmeralda, Educação infantil:
Saberes e fazeres da formação de professores. 4º ed. Campinas SP. Papirus.
2008-(Coleção Ágeres).
OLIVEIRA,
Silvio Luiz de. Tratado de Metodologia
Científica. 2. ed. São Paulo: Pioneira, 1997.
SANTOS, Antônio Raimundo dos. Metodologia
Científica: a construção do conhecimento. Rio de Janeiro: DP e A editora,
2000.
VERGOPOLAN, Roseli. Oficinas pedagógicas como proposta de
trabalho na formação das bolsistas do projeto Mão Amiga In: ANSAI, Rosana. Beatriz.
(org.). Formação inicial no curso de
Pedagogia: a práxis educativa lúdica no contexto das Dificuldades de
Aprendizagens. União da Vitória-PR: Gohl Graf: 2012.
[3] O Subprojeto Mão
Amiga do curso de Pedagogia da UNESPAR/FAFIUV é parte integrante do Projeto Ações em Sociedade: observações na
natureza financiado pelo programa de Iniciação a Docência – PIBID/CAPES.
Trabalho publicado no II Encontro PIBID/UNESPAR.
Educação Básica e Ensino Superior: Interrelações para a produção do conhecimento.
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