Grasiela Pereira da Silva de Castilhos[1]
pedagogia_gps@hotmail.com
Orientadora:
Ms. Rosana Beatriz Ansai[2]
ansairosana@yahoo.com.br
UNESPAR/FAFIUV, CAPES/PIBID, SUBPROJETO
MÃO AMIGA
1
INTRODUÇÃO
Durante a frequência
às aulas em cursos de formação inicial de professores e, em especial, no curso
de Pedagogia, ensinam-se teorias sociológicas, psicológicas, didáticas,
pedagógicas, que não são, na maioria das vezes, relacionadas com as realidades
cotidianas do ofício de professor. Esta formação na forma da lei tem sido
bastante dominada por conteúdos e lógicas disciplinares do que das práticas
profissionais. Essas teorias são repassadas, algumas vezes, por educadores que não
atuam frequentemente em instituições escolares, comprometendo a apreensão da
realidade cotidiana da prática docente na educação básica.
No entanto, se
queremos saber como realizar uma prática docente com eficiência, o procedimento
mais recomendado consiste em aprender não só na teoria, mas também com aqueles
que efetuam esse trabalho e, no caso do magistério, não poderia ser diferente. Tardif
(2012, p.241) informa que somos obrigados a concluir que o principal desafio para
a formação de professores, nos próximos anos, será o de abrir um espaço maior
para os conhecimentos práticos dentro do próprio currículo.
A questão de formação de professores tem sido um
grande desafio para as políticas educacionais. Como componente fundamental
deste quadro de carências, até aqui, os administradores públicos, em diferentes
níveis, não tem contemplado a educação e a carreira dos professores com
políticas coerentes com as necessidades de um país que se quer socialmente
avançado. (GATTI, 2001 p.31).
Percebemos que a formação dos professores é apontada
como um dos principais problemas da educação. Ainda que tenha ocorrido uma
verdadeira revolução neste campo nos últimos vinte anos, a formação docente
inicial e continuada deixa muito a desejar, justamente por haver grande dificuldade
em se por em prática concepções e modelos pedagógicos inovadores.
Nesse sentido, é muito importante ajudar os
professores, a saber, ensinar mais e melhor. Muitas vezes é por não saber como
lidar praticamente com as dificuldades encontradas pelas crianças em aprender,
que os professores põem a culpa na vítima. Com essa desculpa não levam em conta
a situação real dos seus alunos nem colocam em questão sua própria maneira de
ensinar (CECCON; OLIVEIRA; OLIVEIRA, 1986, p. 89).
Nesse sentido,
através do projeto Mão Amiga[3],
como acadêmica do curso de Pedagogia, temos a oportunidade de se vivenciar a
experiência de atuação docente ainda na formação inicial, podendo assim valorizar
o magistério e construir muitas práxis educativas no contexto do aluno com
dificuldades de aprendizagem. Desse modo, no presente estudo, objetiva-se
relatar as primeiras experiências docentes enquanto acadêmica ainda em formação
inicial e já atuando em sala de aula por meio do referido projeto.
A metodologia de
pesquisa é teórico-bibliográfica associada a relatos de experiência advindos
das bolsistas do subprojeto Mão Amiga.
2
DESENVOLVIMENTO
Entendemos que a formação do professor pode acontecer no chão da escola
via projeto Mão Amiga. A seguir relatamos como a inserção das bolsistas
acadêmicas aconteceu em uma das escolas parceiras do projeto.
Uma das escolas
em que o projeto estava inserido no ano letivo de 2012 foi à escola municipal
Professor José Moura, situada no distrito de São Cristóvão do município de
União da Vitória-PR. Essa escola parceira do projeto possui uma ampla estrutura
física, sendo que as salas de aula são usadas na sua totalidade no período
regular de ensino. No início do ano letivo, acompanhadas da supervisora do
projeto, as bolsistas realizaram uma primeira visita a fim de conhecerem a
escola, em seguida contatamos com a direção e a coordenação pedagógica da
escola. A primeira atividade desenvolvida na escola foi a observação da
metodologia pedagógica utilizada pela professora regente das turmas onde os
alunos seriam selecionados para participar do projeto. Essa atividade teve como
objetivo promover a ambientação das bolsistas na prática de ensino e para que
houvesse uma adaptação mútua entre os alunos da escola e as bolsistas pibidianas.
Após esse
período de observação, iniciaram-se as atividades pedagógicas do projeto, a
qual foi realizada com aulas duas vezes por semana, no horário do contraturno.
Através do Formulário de Avaliação de Dificuldades de Aprendizagem (FADA)[4]
respondido pelas professoras regentes, os alunos que apresentavam algumas dificuldades
de aprendizagem, sobretudo, apresentando dificuldades nas áreas da
lectoescrita, da dificuldade motora e de
raciocínio lógico-matemático foram diagnosticados.
Após esse
trabalho, passamos a atuar pedagogicamente na orientação dessas dificuldades,
oferecendo as crianças dos anos iniciais do Ensino Fundamental da escola
parceira, atividades diversificadas que buscaram minimizar o fracasso escolar,
melhorar a autoestima, e contribuir de forma bastante significativa para a
superação das dificuldades de aprendizagem apresentadas por estas crianças.
Fomos orientadas
a utilizar o lúdico em nossas aulas do projeto. Segundo Almeida (2003, p. 64) a
importância dessa prática para a aprendizagem é proporcionar um desenvolvimento
progressivo para as crianças que tiverem acesso a essas vivências na escola,
por meios de brincadeiras, brinquedos e jogos lúdicos.
3 CONSIDERAÇÕES
FINAIS
Diante dos
problemas mencionados a respeito da formação de professores, Tardif (2002,
p.37) sustenta que a subjetividade, enquanto atores e sujeitos do conhecimento,
devem ser colocados no cerne das pesquisas referentes ao ensino e a escola.
Assim, por meio
da nossa inserção pibidiana na realidade profissional das escolas, evidenciamos
e comprovamos que é preciso integrar teoria e prática ao longo de todo processo
de formação inicial e continuada do professor, fato que nos leva a questionar
diariamente sobre a articulação entre teoria e prática dos saberes docentes no
contexto escolar.
Diante do que já
foi exposto, pudemos concluir até então que o Programa Institucional de Iniciação
à Docência (PIBID) tem oferecido ao licenciando em geral e em particular ao do
curso de Pedagogia, a oportunidade de inserção profissional ainda na condição
de alunos em uma real situação de ensino, o que normalmente só ocorre nos
últimos períodos do curso de Pedagogia e com uma carga horária de estágio muito
pequena. Nossa participação no projeto Mão Amiga tem se mostrado positiva uma
vez que nos tem propiciado a verificação prática e sua relação teórica com as
principais dificuldades enfrentadas por um professor. A partir disso, o projeto
além de permitir refletir criticamente sobre a prática docente, também tem
possibilitado o desenvolvimento de competências possíveis de serem adquiridas
apenas no exercício da profissão.
O estudo
empreendido encontra-se em fase de construção e de análise do embasamento
teórico que circunda a temática de formação inicial docente, com ênfase ao
curso de Pedagogia correlacionando-o à ideia de que, muitas vezes, a graduação
deixa lacunas para que o recém-formado defronte-se com a realidade educacional
e profissional.
REFERÊNCIAS
ANSAI, Rosana Beatriz; BORILLE, Josimar
Mariano; MATTOS, Luciane Maria Serrer (org). Caderno Pedagógico: Uma Mão Amiga nas Dificuldades de Aprendizagem.
União da Vitória: Storbem, 2012.
ALMEIDA, Paulo. Nunes. Educação Lúdica, Técnicas e
Jogos Pedagógicos: 11.ed. São Paulo: Loyola, 2003.
FREIRE, Paulo. Pedagogia da Autonomia. Saberes
necessário a prática educativa. 9 ed. São Paulo: Paz e Terra, 1998.
GATTI, Bernardete Angelina. Formação de Professores
e Carreira. São Paulo: Autores Associados, 2001.
TARDIFF, Maurice. Saberes Docentes e Formação
Profissional. 3 ed. Petrópolis: Vozes, 2002.
[1] Acadêmica do 2.º ano, turno Vespertino, do Curso de Pedagogia da UNESPAR/FAFIUV. Bolsista no Subprojeto Mão Amiga desde 2012.
[2] Mestre em Educação, Coordenadora do Projeto Mão Amiga.
[3] O subprojeto Mão Amiga do curso de Pedagogia da UNESPAR/FAFIUV é parte integrante do Projeto Ações em Sociedade: observações na natureza financiado pelo Programa de Iniciação à Docência CAPES/PIBID.
[4] Formulário de Avaliação de Dificuldades de Aprendizagem, presente no “Caderno Pedagógico: Uma Mão Amiga nas Dificuldades de Aprendizagem”, vide referência.
[2] Mestre em Educação, Coordenadora do Projeto Mão Amiga.
[3] O subprojeto Mão Amiga do curso de Pedagogia da UNESPAR/FAFIUV é parte integrante do Projeto Ações em Sociedade: observações na natureza financiado pelo Programa de Iniciação à Docência CAPES/PIBID.
[4] Formulário de Avaliação de Dificuldades de Aprendizagem, presente no “Caderno Pedagógico: Uma Mão Amiga nas Dificuldades de Aprendizagem”, vide referência.
Trabalho publicado no II Encontro PIBID/UNESPAR.
Educação Básica e Ensino Superior: Interrelações para a produção do conhecimento.
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