Tatiana
de Lima[1]
tatianadelima13@hotmail.com
Orientadora:
Ms. Rosana Beatriz Ansai[2]
ansairosana@yahoo.com.br
UNESPAR/FAFIUV,
CAPES/PIBID, SUBPROJETO MÃO AMIGA
1
INTRODUÇÃO
O
presente estudo tem a finalidade de pesquisar sobre a prática docente diante da
avaliação escolar dos alunos integrantes do subprojeto Mão Amiga[3]. O
intuito da pesquisa é o de direcionar o entendimento de que a avaliação é parte
integrante do processo de desenvolvimento e aprendizagem do aluno que apresenta
dificuldades de aprendizagem, ressaltando que todo objetivo proposto deve ser
avaliado mediante a cada dificuldade trabalhada em sala de aula.
Pensando
nisso, como bolsista pibidiana, entende-se que a boa prática docente se reveste
de importância também no processo avaliativo, pois se as dificuldades a ser
sanadas não estão sendo superadas, é necessário se refletir sobre quais seriam
os métodos mais eficazes para atender a dificuldade apresentada. Além disso, o
estudo apresenta relatos de professores regentes dos alunos participantes do
projeto e seu grau de avanço e superação, como também as maiores dificuldades
encontradas nesses alunos, durante o auxilio em algumas atividades. Avaliação
feita através das atividades aplicadas, bem como também a reflexão de atividades
que não foram bem sucedidas.
A
metodologia utilizada para este estudo está apoiada em caráter teórico
bibliográfico e também em relato de experiências, contando com pesquisa
participante, realizada em escolas da rede Municipal de Ensino[4]. O
estudo encontra-se em seu estágio de construção e sistematização dos dados
coletados.
DESENVOLVIMENTO
Quando
falamos em avaliação, subentendemos que é um processo utilizado para apresentar
o resultado de todas as aprendizagens construídas. A avaliação também é
entendida como forma de “selecionar" os alunos, dos quais aprenderam aos
que não obtiveram êxito em sua aprendizagem, fazendo assim um “julgamento” de
seus possíveis erros. Porém, acreditamos que é necessário se levar em conta o
que afirma Luckesi (2003, p.166):
A avaliação da
aprendizagem necessita, para cumprir o seu verdadeiro significado, assumir a
função de subsidiar a construção da aprendizagem bem- sucedida. A condição
necessária para que isso aconteça é de que a avaliação deixe de ser utilizada
como um recurso de autoridade, que decide sobre os destinos do educando, e
assuma o papel de auxiliar no crescimento.
A
avaliação também é entendida como uma forma de autoritarismo, de que por meio
dela há a necessidade de se verificar se os alunos absorveram todos os
conteúdos necessários, e se isso não acontecer acabam sendo prejudicados. No
entanto, muitos professores acabam esquecendo de que às vezes a dificuldade não
está vinculada à falta de vontade, mas a
questão do aluno não conseguir compreender, tornando-se assim uma
aprendizagem frustrante para o aprendiz. Por outro lado, a avaliação pode se
tornar uma grande aliada do professor quando o mesmo rever que sua avaliação
pode beneficiar ao aluno, pois descobrindo qual é o ponto que mais dificulta a
aprendizagem, pode saber agir de forma correta. Como ressalta Luckesi (2003, p.
173):
[...] podemos
entender a avaliação da aprendizagem escolar como um ato amoroso, na medida em que a avaliação tem por objetivo
diagnosticar e incluir o educando, pelos mais variados meios, no curso da
aprendizagem satisfatória, que integre todas as suas experiências de vida.
O educando quando não obtém um desempenho escolar
esperado acaba se tornando reprimido, com sentimentos de culpa, com baixa auto
estima, por não ter alcançado o desempenho desejado pelo professor. E de acordo
com Luckesi (idem), avaliar pode se tornar um ato amoroso, uma vez que cabe ao
professor oferecer ao educando novas estratégias para sua aprendizagem. Assim,
como afirmam Navarro e Pedrosa (s/a, p.292) “A avaliação estimula refletir
sobre suas próprias dificuldades e acertos e sobre os procedimentos, atitudes,
valores e conceitos que se põem em jogo nas distintas atividades que realizam.”
No
projeto Mão Amiga, detectamos as dificuldades de aprendizagem pela avaliação
dos alunos por meio da aplicação do FADA[5],
questionário entregue aos professores regentes de turma das escolas parceiras
do subprojeto Mão Amiga e também utilizado pelas bolsistas. Ao recebermos esse
documento, buscamos analisar quais são as dificuldades apresentadas e quais são
os caminhos pedagógicos que podem ser tomados para atender a dificuldade que
cada educando tem. Assim, após a avaliação por meio do FADA, iniciamos as aulas
do projeto em contraturno direcionando o trabalho pedagógico por meio de
atividades lúdicas. Deste modo, buscamos estabelecer uma avaliação e
acompanhamento do processo de evolução de cada aluno que freqüenta as aulas do
projeto. Como acentuam Navarro e Pedrosa (s/a, p.302) “toda a informação obtida
[...] de avaliação será referencial, não definitiva; revelará avanços,
dificuldades e enganos de todo processo de aprendizagem”.
Através
das atividades realizadas desde o início do projeto e também pelas dificuldades
dos alunos registradas pela professora regente por meio do FADA, podemos fazer
o acompanhamento do desenvolvimento da aprendizagem e analisar quais
dificuldades estão sendo sanadas, um método que nos auxilia muito no processo
de avaliação das aprendizagens construídas dos alunos do projeto.
Nesse
contexto, muitas crianças apresentaram melhora no desempenho escolar muito
visíveis. Avaliar não se torna apenas uma maneira de se observar somente a
aprendizagem construída do educando, como também de observar se a atividade
proposta está sendo absorvida conforme planejada. Como aborda Luckesi (2003,
p.83), “O professor, na medida em que está atento ao andamento dos seus alunos,
poderá, através da avaliação da aprendizagem, verificar o quanto o seu trabalho
está sendo eficiente e que desvios esta tendo.” Entendemos que aí localizam-se as oportunidades do professor
rever seus métodos e atividades.
As
atividades pedagógicas que desenvolvemos com os alunos do projeto, foram os
grandes aliados para nós, bolsistas pibidianas, pois com elas pudemos observar
o caráter evolutivo de superação de cada dificuldade. Como recomenda Catelló
(2008, p.356), “em linhas gerais, quando se procede a uma avaliação, parte-se
de algo observável - e razoavelmente objetivo - para deduzir da maneira mais
segura possível processos ou estruturas subjacentes.”. Para isso nota-se também
algumas evoluções mediante as aprendizagens construídas, também por relatos de
professores regentes dos alunos, como no relato oral da Professora A: “Você viu como o aluno B[6]
melhorou na sua escrita, me emocionei quando vi ele escrevendo! ”
A
partir deste relato constatamos que se precisa de muito comprometimento do
professor para avaliar o aluno, pois esse ato pode ser decisivo quanto ao bom
desempenho e aquisição das aprendizagens que queremos que nosso educando
construa.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
A
partir do estudo que está sendo realizado, é possível constatar-se e observar
que a avaliação do processo ensino aprendizagem é de extrema importância, pois
com ela o professor pode observar qual é o grau de dificuldade que o educando
tem e com isso, pode auxiliar na construção de aprendizagens significativas.
Conforme
Gómez e Terán (s/a, p.193) “As crianças aprendem a esconder suas dificuldades
com condutas como ser o palhaço da classe, manter- se calada [...] demonstrar
desinteresse ou muitas vezes mau comportamento.” Como bolsista pibidiana do
projeto Mão Amiga, acreditamos que situa-se aí o papel fundamental do
professor: saber como chegar até ao aluno e auxiliar em suas dificuldades e
baixo desempenho escolar.
O
estudo demonstra a importância de o professor avaliar seus próprios métodos de
ensino e observar como eles estão se constituindo em instrumentos de
aprendizagem para os alunos. Lecionar a alunos que apresentam dificuldade de
aprendizagem requer um trabalho de muita dedicação, afinal eles acreditam que
não são capazes de aprender determinados conteúdos. Em contrapartida, o
professor está presente para atender a dificuldade apresentada, utilizando
diversos recursos que sejam eficazes para um avanço na aprendizagem do aluno,
como bem enfatiza Freire (2011, p.94) “Como
impossível seria sairmos na chuva expostos totalmente a ela, sem defesas, e não
nos molhar”.
REFERÊNCIAS
ANSAI, R. B.; BORILLE, J.M.; MATTOS,L.M.S.(org). Caderno Pedagógico: Uma Mão Amiga
nas Dificuldades de Aprendizagem. União
da Vitória: Storbem, 2012.
CATELLÓ,
A. Aproximação da avaliação das habilidades e dos talentos. In: SÁNCHEZ, M.;
CANO, J. B.; (org). Avaliação
psicopedagógica. Porto Alegre: Artmed, 2008.
FREIRE,
P. Pedagogia da autonomia: saberes
necessários à prática educativa. São
Paulo: Paz e Terra, 2011.
GÓMEZ,
A. M. S; TERÁN, N. E. Dificuldades de
Aprendizagem: detecção e estratégias de ajuda. São Paulo: Grupo Cultural,
2010.
LUCKESI,
C,C. Avaliação da aprendizagem escolar: estudos
e proposições. 15. ed. São Paulo:
Cortez, 2003.
NAVARRO,
A. de A; PEDROSO, J. C. da A. Guia de
ação docente. São Paulo: Grupo Cultural. s/a.
[1] Acadêmica do 2.º ano do Curso de Pedagogia da UNESPAR/FAFIUV. Bolsista no Subprojeto Mão Amiga desde 2012.
[2] Mestre em Educação, Coordenadora do Projeto Mão Amiga.
[3] O subprojeto Mão Amiga do curso de Pedagogia da UNESPAR/ FAFIUV é parte integrante do Projeto Ações em Sociedade: observações na natureza financiado pelo Programa de Iniciação à docência PIBID/ CAPES.
[4] População: 110 alunos participantes do subprojeto Mão Amiga, de três escolas municipais parceiras, regularmente matriculados no ano letivo de 2013.
[5] Formulário de Avaliação de dificuldades de aprendizagem que está inserido no livro ANSAI, R. B.; BORILLE, J.M.; MATTOS,L.M.S.(org). Caderno Pedagógico: Uma Mão Amiga nas Dificuldades de Aprendizagem. União da Vitória: Storbem, 2012. É um formulário que identifica as aprendizagens e dificuldades do aluno. [6] O aluno B apresentava, entre outras dificuldades, macro grafia, da qual foram trabalhadas muitas atividades manuais que pudessem auxiliar em sua coordenação motora.
[2] Mestre em Educação, Coordenadora do Projeto Mão Amiga.
[3] O subprojeto Mão Amiga do curso de Pedagogia da UNESPAR/ FAFIUV é parte integrante do Projeto Ações em Sociedade: observações na natureza financiado pelo Programa de Iniciação à docência PIBID/ CAPES.
[4] População: 110 alunos participantes do subprojeto Mão Amiga, de três escolas municipais parceiras, regularmente matriculados no ano letivo de 2013.
[5] Formulário de Avaliação de dificuldades de aprendizagem que está inserido no livro ANSAI, R. B.; BORILLE, J.M.; MATTOS,L.M.S.(org). Caderno Pedagógico: Uma Mão Amiga nas Dificuldades de Aprendizagem. União da Vitória: Storbem, 2012. É um formulário que identifica as aprendizagens e dificuldades do aluno. [6] O aluno B apresentava, entre outras dificuldades, macro grafia, da qual foram trabalhadas muitas atividades manuais que pudessem auxiliar em sua coordenação motora.
Trabalho publicado no II Encontro PIBID/UNESPAR.
Educação Básica e Ensino Superior: Interrelações para a produção do conhecimento.
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