O projeto Mão Amiga, do curso de Pedagogia da UNESPAR/FAFIUV, tem como princípio norteador promover uma iniciação à docência por meio do atendimento extraclasse a alunos com dificuldade de aprendizagem. É com base nessa proposta desafiadora que as bolsistas, devidamente aprovadas via testes seletivos, intervêm nas escolas parceiras, visualizando e fazendo uso da ludicidade como ferramenta amenizadora da dificuldade de aprender que muitas crianças têm. Nesse ínterim, outra faceta do referido projeto é a de instigar uma práxis que se sustente na associação reflexiva entre teoria versus prática. Frente a isso, o presente estudo visa a discorrer sobre a colocação de Paulo Freire (2011) acerca da composição do ciclo gnosiológico, onde evidencia-se a existência de dois tipos de curiosidade: a ingênua (vinculada aos saberes e dizeres do senso comum) e a epistemológica (metodicamente mais rigorosa), correlacionando esse pressuposto ao processo formativo do espírito científico das bolsistas do Mão Amiga. Nessa perspectiva analítica, a intenção-mor é discutir como que se configura o ciclo gnosiológico e de que forma há a passagem, na vivência acadêmica das bolsistas, da curiosidade ingênua à epistemológica, destacando que a chegada à curiosidade epistemológica só se dá via amadurecimento da curiosidade ingênua. O estudo justifica-se por discutir que a junção entre a prática e a teoria só tem validade a partir do momento em que ambas forem devidamente refletidas por quem as vivencia, processo pelo qual passam as pibidianas do Mão Amiga. A pesquisa encontra-se respaldada, essencialmente, em Paulo Freire (2011). Entretanto, somam-se à discussão as ponderações de Rosana Beatriz Ansai (2012), Gaston Bachelard (1996) e Jorge Larrosa Bondíá (2013). Quanto ao delineamento metodológico, o mesmo consiste-se em um estudo teórico-bibliográfico de cunho qualitativo, o qual atrela-se a relatos de experiência vivenciados em meio à ação do projeto Mão Amiga. Como a presente pesquisa ainda não se encontra finalizada, conclui-se, inicialmente, a relevância de se atentar para a essencialidade da pesquisa no âmbito educacional, com ênfase à figura docente. De fato, a pesquisa clama por ensino e vice-versa, sendo que não há como dissociá-los. Dentro desse contexto, o professor, mesmo aquele que está em formação, precisa pautar o seu olhar na indagação, no anseio pela pesquisa; não como algo obrigatório, mas como uma busca inerente e compatível ao ato de ensinar.
Trabalho apresentado pela bolsista acadêmica Simone Luiza Kovalczuk
no IV Encontro Nacional das Licenciaturas e III Seminário Nacional do PIBID - EENALIC.
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